quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

10 meses de Federal

Isso aí, 10 meses.

Ainda não recebemos absolutamente nada do consulado, mas tenho que admitir que estou mais empolgando e esperançoso do que nunca! Estou confiante que Fevereiro vai chegar rápido e receberemos o pedido dos exames no máximo em Março.

Aliás, parece que o pessoal de Novembro de 2010 estão começando a receber os pedidos. Fiquei sabendo de dois casos. Vamos ver como será até o fim do ano... Falando nisso, esse provavelmente será o meu último post neste ano, pois vou estar de férias nas próximas semanas.

Feliz 2012 para todos!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Esclarecimentos sobre as mudanças no processo por Québec

Algumas pessoas estão recebendo um email do escritório do Québec em São Paulo que confirma algumas das notícias que passei no meu último post.

Não vou replicar o email aqui, pois não sei se tenho autorização para fazer isso, mas vou resumir os pontos mais importantes abaixo.

  • As responsabilidades do escritório de São Paulo realmente foram transferidas para um escritório no México. Apartir de agora a documentação deverá ser enviada para o novo escritório naquele país
  • Entrevistas e palestras informativas continuarão ocorrendo no Brasil
  • Para atestar o seu nível de Francês (requerente principal e cônjuge) ou nível de Inglês (apenas o principal) será necessário fazer um teste. Para o Francês são aceitos os testes DELF, DALF, TCFQ, TCF ou TEFaQ e para o Inglês tem que ser o IELTS

Outra mudança que não consta no email é que a documentação da fase Federal do processo por Québec deverá ser enviada para um escritório na província de Nova Scotia no Canadá, assim como ocorre com o processo Federal.

No email é dito que mais informações podem ser obtidas no site http://www.imigrarparaquebec.ca, mas não encontrei nada lá. Mais informações sobre os testes podem ser encontradas aqui.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Más Notícias

Não sei se posso chamar de notícia, pois ainda são boatos, mas os boatos tem certa força entre imigrantes porque nem sempre podemos contar com as fontes oficiais.

A primeira notícia ruim diz respeito ao escritório de imigração do Québec em São Paulo. Ao que parece, um novo escritório será aberto na cidade do México e a documentação para novos processos deverá ser enviada para lá apartir do ano que vem. Alguns dizem que o escritório de São Paulo vai fechar e apartir de 2012 não haverá mais entrevistas (apenas serão aceitos resultados daquelas provas do TCF-Q) outros dizem que as entrevistas ainda vão acontecer em São Paulo e Salvador. Este post tem informações de alguém que foi em uma palestra recente sobre imigração onde o assunto foi abordado.

A segunda notícia é do Federal: não ouvi falar de ninguém de Novembro/2010 que tenha recebido os pedidos dos exames, a fila parou de andar! :(

Terceira e última notícia ruim: tem uma crise internacional se formando. A princípio ainda não houve nenhum impacto direto na imigração, mas algumas pessoas estão dizendo que alguns serviços de apoio ao imigrante no Canadá que dependem de verbas do governo estão fechando... É sempre difícil para nós que estamos longe conseguir avaliar isso, às vezes é mero boato ou aconteceu em regiões especifícias. Mas vai saber, a crise parece ser real e sempre preocupa quem está chegando e aqueles que estão próximos disso.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

1 ano de blog

Há um ano eu fazia o post de estréia deste blog. Acho que não comentei ainda, mas levou algum tempo para eu me convencer a começar um blog. Eu pensava "tem tantos blogs por aí, por que o meu vai fazer alguma diferença?".

Não vou fugir do cliché para responder: porque todos os blogs são importantes e fazem muita diferença. Primeiro, nem todas as experiências são iguais, sempre tem alguém que resolve algum problema de uma maneira diferente ou toma um caminho inovador. Segundo, é muito importante trocar informações sobre o andamento do processo (tanto o Federal como o de Québec). Terceiro, escrever ajuda a gerenciar a ansiedade :) (pelo menos para mim).

Resumindo: se você não tem um blog, comece um também! Nem que seja apenas para reportar o andamento do seu processo. Tenho certeza que isso será útil para alguém.

Mudando completamente de assunto, vamos ver alguns números interessantes deste blog nos últimos 12 meses:

  • Foram 34 posts contanto com este (menos de 1 post por semana)
  • Mais de 3,500 páginas visualizadas
  • 84% das visualizações vêem do Brasil. Mais ou menos 6% do Canadá e outros 6% dos EUA (o resto vem de países da Europa, com Portugal no topo)
  • O blog com o maior número de referências para o meu blog é o Hemisfério Novo seguido de perto pelo Projeto Supernova
  • O blog tem 12 membros. Um membro novo por mês! :)

Para finalizar, aqui vai a lista dos 10 posts mais lidos nesses últimos 12 meses (mais lido primeiro):
  1. Preparação para a entrevista
  2. Passamos!
  3. Viagem ao Canadá: cidade de Québec
  4. Informação em áudio e vídeo
  5. Recursos para o estudo do Francês
  6. Qual cidade escolher?
  7. Como tudo começou
  8. Sucesso na entrevista: o que fazer e o que não fazer
  9. Federal enviado!
  10. Sucesso na entrevista: algumas perguntas clássicas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Jean Charles

Um post que estou devendo há um certo tempo é sobre o filme Jean Charles, baseado na história real de Jean Charles de Menezes. Esse foi um daqueles filmes que eu e minha esposa começamos a assistir "sem querer" e acabou deixando a gente impressionado, tanto pela qualidade do filme como pelo fato que ele também fala sobre imigração.

Creio que posso dizer que o filme aborda dois assuntos. O primeiro é sobre a vida de imigrantes brasileiros (geralmente ilegais) em Londres. Esse tipo de imigração é bem diferente da nossa, pois nós passamos por um processo trabalhoso, longo e caro para conseguirmos imigrar legalmente. O imigrante ilegal, por outro lado, normalmente entra no país com um visto de turismo e acaba ficando por lá. No entanto, várias dificuldades são comuns aos dois casos: a dificuldade com o idioma, adaptação, fatores culturais, saudades e etc.

O segundo assunto é sobre a vida e o assassinato bárbaro do Jean Charles. É absurdamente revoltante ver como a Scotland Yard tratou o assunto e uma vergonha sem tamanho para um país como a Ingleterra não ter colocado os responsáveis na prisão... A impunidade não é exclusiva do terceiro mundo!

Outra razão para ver o filme é a sempre excelente atuação do Selton Mello. Segue o trailer (infelizmente com qualidade ruim).

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Contribuição da Imigração no crescimento do Québec

Tive a oportunidade de participar de um encontro organizado pelo escritório de imigração do Québec chamado "A Contribuição da Imigração no crescimento do Québec".

O encontro foi uma rodada de palestras rápidas, exclusivas para quem já conseguiu o CSQ. Teve cinco palestrantes. O único que vou lembrar o nome é o Gilles Mascle que trabalha no escritório do Québec em SP. Os outros três eram: uma pessoa responsável pelo Québec International, um representante da prefeitura da cidade de Québec e um funcionário do banco Desjardins.

O Gilles começou a rodada de palestras falando sobre a demora do Federal. Ele disse que o consulado teve alguns problemas no começo do ano o que gerou esse atraso que, segundo ele, não é normal. O consulado está trabalhando bastante para manter o prazo de 12 meses para a chegada dos pedidos dos exames e tem a expectativa de voltar ao normal no ano que vem. Se entendi corretamente (a maior parte das palestras foi em Francês) ele disse que o consulado está organizando mutirões para fazer a fila andar mais rápido e etc.

O Gilles também falou bastante sobre a fase final do Federal, a chegada no Québec e alguns outros detalhes sobre serviços públicos. Imagino que a maioria das coisas que ele falou existem no guia, só vou destacar o seguinte:

  • Evitar ficar em hotel quando chegar. Tentar alugar um studio ou um apartamento mobiliado. O problema com o hotel é que ele é muito impessoal e isso pode causar um impacto negativo na integração durante as primeiras semanas
  • Se você fizer a entrada no país pelo aeroporto de Montréal, vai receber informações sobre os escritórios de ajuda ao imigrante (que creio ser o MICC). Ele disse para usar esse serviço o máximo possível, sempre que necessitar, pois ele existe para isso
  • Ler o guia! Pois tem várias coisas que podemos fazer antes de partir

As duas outras palestras foram sobre a cidade de Québec. Meu amigo(a), vou dizer uma coisa: eu nunca vi alguém vender tanto uma cidade assim. Acho que se eles pudessem pagar para irmos para lá eles pagariam. Resumindo: eles devem ter mencionado todas qualidades possíveis da cidade, desde a taxa de homicídio (que é uma das mais baixas do Canadá, se não a mais baixa) até o fato que eles tem 270KM de vias para bicicletas e já ganharam diversos prêmios pela beleza da cidade.

Eu estive em Québec há um pouco mais de um mês, e vou concordar que realmente parece ser uma cidade ótima principalmente para quem tem família, mas não sei se é tudo o que eles falaram. Outra coisa que vale a pena destacar é que eles mencionaram que muitas pessoas vão se aposentar nos próximos anos, então o déficit de mão de obra especializada da cidade (que já é alto) vai aumentar. Isso pode ser uma boa oportunidade para nós.

A última palestra, e provavelmente a mais interessante para mim, foi com o representante do banco Desjardins. Eles tem alguns produtos disponíveis para imigrantes e existe a possibilidade de abrir uma conta ainda no Brasil e ir transferindo dinheiro aos poucos (embora ele não falou muito sobre os custos disso). Ele também comentou sobre a importância do histórico de crédito e como você pode destruí-lo se não pagar as contas em dia. Eu não vou entrar em detalhes sobre esse assunto porque muitas pessoas já escreveram sobre isso. Ele disse que quem tiver interesse em abrir uma conta no banco deve visitar a página http://desjardins.com/caissedequebec e entrar em contato. Note que essa é a agência da cidade de Québec, se você planeja morar em outra cidade pode entrar em contato com eles que eles passam informações sobre o mesmo programa em outras cidades. Ele frisou muito que eles tem uma equipe especializada no caso dos imigrantes e se colocaram a total disposição para tirar todas as nossas dúvidas.

Uma outra notícia que veio de uma pessoa que mandou a documentação em Novembro de 2010, é que aparentemente o consulado vai enviar um email com as informações de abertura do processo ao invés de enviar a carta. Segundo essa pessoa algumas pessoas de Novembro receberam esse email e o consulado ligou para essa pessoa para confirmar informações do processo e dizer que agora seria por email. Vamos ver.

Por fim, creio que 80% do que foi abordado nas palestras não foi novidade para mim, mas só o fato de haver um encontro e eles trazerem pessoas de instituições de lá para tirar nossas dúvidas aqui demonstra que somos importantes e ajuda a animar aqueles que estão na longa espera do Federal.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desanimado com o Francês

Logo depois que fiz a entrevista já senti o baque: eu estudava muito, praticamente todo dia, e no começo deste ano (fiz a entrevista em Dezembro de 2010) minha motivação para estudar o Francês diminui consideravelmente e não parou mais de cair.

Existem alguns fatores que contribuiram para isso.

Primeiro, minha escola é especializada em imigração e Francês do Québec. Então eles acabam seguindo um ritmo louco para que todos tenham a carga horária e o Francês necessário para a entrevista. Ninguém aguenta (e nem deve!) estudar num ritmo desses durante muito tempo.

Aí vem o segundo problema: no mês passado completamos 2 anos de Francês. Ritmo louco: a escola para em torno de 3 semanas em Dezembro e 2 semanas em Julho.

Por fim, o terceiro motivo é que eu senti que não estava aprendendo mais. Senti que as aulas estavam super improdutivas e os outros alunos também estavam desmotivados... Hora de mudar!

Uma opção seria mudar de turma, mas eu teria que voltar alguns níveis pois minha turma está no nível avançado (embora eu creio que meu nível seja um intermediário-alto no melhor dos casos). Não creio que estudar várias coisas de novo seria muito motivador. Eu também poderia mudar de escola, tentar estudar na Aliança, por exemplo. O problema é que gosto muito da cultura e do sotaque do Québec, isso é algo que eu não gostaria de mudar.

Então veio a terceira opção. Creio que posso dizer que eu falo Inglês, mas tenho várias deficiências e dificuldades. Junte a isso dois fatos: estamos pensando em morar em uma cidade bilingue e minha empresa estava disposta a pagar um curso de Inglês para mim. Adivinhou? A terceira opção seria mudar o foco do Francês para o Inglês.

Explicando melhor, comecei um curso regular de Inglês (5 horas por semana) e troquei o curso regular de Francês por 1 aula particular por semana.

É um pouco puxado, mas ambos os cursos tem o foco na conversação, principalmente o de Francês, pois meu objetivo é apenas manter o Francês que eu já tenho e consertar algumas deficiências.

Meu plano é continuar nesse esquema até o final do ano. Em Fevereiro eu posso pensar em inverter as coisas (voltar ao regular de Francês e fazer particular de Inglês).

Embora eu não posso deixar de admitir que as aulas particulares de Francês são absurdamente mais produtivas que as aulas do curso regular, eu sinto que meu Francês está definhando um pouco :(

Mas enfim, também não posso esquecer que o Inglês é meu ganha pão (trabalho para uma empresa americana, falo e escrevo Inglês quase o dia inteiro) e para quem é de TI Inglês é essencial, mesmo para nós que vamos viver no Québec!

A mudança já está feita, agora é aguardar alguns meses e ver se valeu a pena.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

8 meses de Federal

Eu havia dito que só comemoraria os aniversários do Federal de dois em dois ou de três em três meses, mas vou abrir uma exceção, pois tenho uma boa notícia.

Várias pessoas estão reportando que o consulado já está com os pedidos dos exames médicos do pessoal de Setembro de 2010 (alguns dizem que eles também tem os pedidos do pessoal de Outubro). O consulado está segurando esses pedidos por causa da greve dos Correios e está autorizando o pessoal a fazer a retirada pessoalmente. O problema é que o consulado não está informando a situação, então o pessoal está entrando em contato para confirmar que está pronto e então fazer a retirada.

Para mim isso é ótimo, pois significa que o pedido dos exames realmente está levando em torno de 12 meses depois da entrega da papelada. Então, se continuar assim, receberemos nossos pedidos  em Fevereiro e provavelmente conseguiremos imigrar na época que consideramos ser perfeita para nós: Abril/Maio de 2012.

Ah sim, hoje estamos completando 8 meses de Federal! :)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sucesso na entrevista: algumas perguntas clássicas

Desculpem pela imensa demora, estou bastante ocupado com o trabalho e tive que viajar. Mas já estou de volta, e aqui está o segundo post da série Sucesso na entrevista!

Neste post vou listar algumas perguntas clássicas que muito provavelmente ocorrerão na sua entrevista. Também vou fornecer respostas aproximadas do que pratiquei e usei na minha entrevista. Eu digo "aproximadas" porque fiz minha entrevista há quase um ano e não lembro exatamente das minhas respostas.

Meu objetivo com este post é para você ter uma idéia do que estudar e praticar. Eu não recomendo simplesmente decorar o que escrevi abaixo, até porque algumas respostas se aplicam somente ao meu perfil. Além disso, o entrevistador vai fazer muitas outras perguntas além das poucas listadas aqui.

Antes de começar, segue o aviso de segurança: as informações contidas neste post não são oficiais, podem conter erros e/ou não servirem para o seu caso. A responsabilidade na sua utilização é totalmente sua.

1. Por que você quer imigrar (ou por que deixar o Brasil)?

A maioria das pessoas vão dizer que querem imigrar por causa da violência e/ou da corrupção. Você pode dizer isso, mas é o que todos dizem. Recomendo buscar razões mais profundas. Eu disse mais ou menos isso:

"Nós queremos viver em um lugar onde podemos criar nosso filho com tranquilidade, ter o retorno dos impostos que pagamos e não ter medo de andar na rua. Aqui no Brasil, nós trabalhamos muito, nosso salário não é ruim, mas não temos o retorno dos nossos impostos e não temos poder de compra. Tudo é caro por causa da inflação e os impostos sob o produto. Pagamos muitos impostos e ainda temos que pagar uma segunda vez por serviços privados de saúde, educação e segunça, pois os serviços oferecidos pelo governo são horriveis. O Brasil não é um país pobre, é um país com muita corrupção, mal administrado e com problemas sociais profundos. Não vejo perpesctiva de vida para minha família aqui"

2. Por que o Québec?

"Escolhemos o Québec por causa da língua e por causa da cultura. O Francês, por ser uma língua latina, não é muito difícil de aprender e acreditamos que a cultura francófona é um pouco similar a cultura brasileira. Ela é muito mais similar que a cultura anglófona, por exemplo. Além disso o Québec parece ter o que procuramos. Sabemos que vamos pagar muitos impostos, mas veremos o retorno. Não tem os problemas sociais que tem aqui e também teremos a possibilidade de morar em uma cidade menor, sem perder alguns serviços fundamentais como boa educação por exemplo"

3. Qual cidade você escolheu?


"Nós escolhemos Gatineau. A razão é que não é uma cidade grande e também não é uma cidade pequena. Nós estamos cansados dos grandes centros e Gatineau parece ter o tamanho ideal. Uma outra razão é que eu visitei a região em 2008 e gostei muito do que vi"

Aqui eu tive dois medos.

Primeiro, eu visitei Ottawa e não Gatineau. Apenas uma ponte separa as duas cidades e Gatineau faz parte da região metropolitana de Ottawa. Ainda sim, Ottawa fica em Ontário e na época eu mal sabia o que era Québec e não visitei Gatineau. Eu estava com medo do entrevistador dizer algo "aha! então você gostou de Ottawa e quer morar lá!!", mas ele não fez nada disso. Apenas perguntou se eu tinha visitado Gatineau (eu disse que não) e perguntou o que achei de Ottawa.

O segundo medo foi que nas pesquisas de emprego que fiz eu encontrei apenas 2 empregos em Gatineau (que estavam um pouco abaixo do meu perfil atual) e em torno de 8 oportunidades em Ottawa (que batiam com meu perfil). Fiquei com medo dele dizer a mesma coisa "aha! Vai morar em Ottawa!" mas ele olhou apenas a primeira oferta, que era em Gatineau, e disse "c'est bon".

4. Você pesquisou empregos (ou quais são seus planos A, B e C)?

Não foi uma pergunta direta. Ele basicamente pediu as pesquesas de emprego, mas enquanto ele lia eu fui falando meu plano. Ele é muito específico do meu perfil, mas pode ajudar você a ter uma idéia dos planos A, B e C:

"Meu plano A é trabalhar com desenvolvimento de software na minha área. É uma área difícil e muito específica, mas é possível conseguir. Se isso não funcionar, meu plano B é tentar algo como QA (teste de software). Tem bastante oportunidades em Ottawa para esse tipo de vaga e tenho certeza que tenho perfil para isso. Porém, se isso também não der certo meu plano C é tentar uma vaga para help desk ou suporte. Acho difícil não conseguir, mas também tenho um plano D que é trabalhar em qualquer coisa relacionado a informática (por exemplo vendedor) e tentar fazer algum curso ou estudar novas linguagens de programação em paralelo".

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

7 meses de Federal

Enquanto o segundo post da série Sucesso na entrevista não fica pronto, é hora de uma comemoração: hoje estamos completando 7 meses de processo Federal. Sete meses sem absolutamente nenhum contato por parte do consulado.

Considerando que várias pessoas que terminaram o processo recentemente receberam o pedido de exames médicos entre 10 e 12 meses de espera, eu fico me perguntando se talvez o primeiro contato do consulado virá com o pedido dos exames. Esse é meu lado (bastante) otimista. O lado pessimista diz que ainda vamos receber a carta de abertura e o pedido dos exames vai passar dos 12 meses.

Por outro lado, como eu já disse algumas vezes, nós não temos muita pressa em finalizar o processo, pois não temos planos de imigrar antes de Abril de 2012. O grande problema, no entanto, é a falta de previsão. Nós temos que tomar algumas decisões importantes com impacto financeiro e fica difícil de acertar sem saber se vamos conseguir imigrar em Abril.

E a espera continua...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sucesso na entrevista: o que fazer e o que não fazer

Pelo que venho acomapanhando nos grupos de discussão de imigração, o consulado do Québec começou a convocar as pessoas para a próxima rodada de entrevistas.

Para ajudar esse povo, resolvi escrever uma série de dois posts nos quais vou passar várias dicas e informações. Essa informação é baseada na aula especial que tive sobre a entrevista, no que ouço sobre as pessoas que já passaram por ela e claro, na minha própria experiência.

Neste post, o primeiro da série, vou passar uma lista de recomendações: o que você deve fazer e o que você deve evitar.

Mas antes de começar tenho que passar o aviso obrigatório: as informações contidas neste post não são oficiais e podem conter erros. A responsabilidade na sua utilização é totalmente sua.

  • Uma das coisas mais importantes: nem você, nem seu cônjuge, podem dizer que vão imigrar para fazer faculdade. Eles não querem pessoas para estudar com bolsas do governo e voltar para o Brasil quando se formar. Eles querem pessoas para trabalhar e pagar impostos. Então nada de falar que vai estudar, o primeiro plano do casal é trabalhar
  • Quando o entrevistador fizer uma pergunta, fale o máximo que puder. Isso mesmo, fale como uma matraca. Existem duas razões para isso. A primeira é que um dos objetivos principais da entrevista é avaliar o idioma, é difícil avaliar o idioma de alguém que fala pouco. O segundo motivo é que o povo do Québec fala bastante. Quando você pergunta "como foi a viagem", eles raramente vão dizer apenas "foi boa". Normalmente eles vão dizer "foi boa, porque estava bem quente e nós tomamos muito sorvete. Meu filho adorou a praia. Minha esposa aproveitou para correr na areia e eu consegui terminar o livro que estava lendo desde Janeiro". Entendeu? Todas suas respostas tem que ser seguidas de "parce que". Só pare de falar quando o entrevistador pedir. Pratique isso bastante
  • Não interrompa seu cônjuge. O que normalmente acontece é que o aplicante principal tem um Francês melhor do que o cônjuge. Então o entrevistador se vira para o cônjuge e começa a fazer perguntas. O cônjuge se perde ou não sabe responder. O que o principal faz? Se intromete e responde pelo cônjuge. O que acontece? O entrevistador pode não gostar, pedir para o principal se calar e deixar o cônjuge falar. Vai ficar um clima ruim. Se o entrevistador for mulher e o principal for homem é pior, pois a mulher no Québec é muito independente e tem gênio forte. Então não interrompa o seu cônjuge. Se a coisa ficar muito feia, pergunte ao entrevistador se você pode ajudar
  • Falando no cônjuge, tenha em mente que o entrevistador vai fazer perguntas. No mínimo do mínimo, o cônjuge tem que saber responder o nome, idade, descrever a profissão, o que vai fazer no Québec e porque imigrar. Lembre-se do que eu disse acima sobre entrevistador mulher, ela pode pegar no pé, pois elas não gostam quando a mulher tem menos Francês que o marido
  • Seja o mais honesto possível e não minta! Parece óbvio, mas na tentativa de nos vender sempre é possível aumentar uma informação ou omitir outras. Cuidado, uma mentira pode prejudicar muito. Um detalhe importante é o currículo. Há entrevistadores que conhecem bem a área de atuação do principal e podem fazer perguntas sobre o que foi colocado no currículo. Esteja preparado
  • Se você colocou no formulário que tem Inglês, o entrevistador vai fazer perguntas em Inglês. Já ouvi casos de pessoas que colocaram um nível maior de Inglês no formulário e depois tiveram problemas na entrevista. Eu recomendo pelo menos uma aulinha particular de Inglês antes da entrevista. Outra coisa importante para praticar é fazer a troca de Francês para o Inglês (e vice-versa) na mesma conversa. Isso pode ser muito mais complicado do que parece, principalmente no momento de tensão da entrevista. Você pode praticar sozinho. Simule um diálogo (sozinho ou com alguém) e responda algumas perguntas em Inglês e outras em Francês
  • Não prepare uma apresentação no powerpoint para a entrevista. Já vi pessoas fazendo isso, mas acho besteira. Entrevista é entrevista, apresentação é apresentação. O que você tem que fazer é falar e mostrar que pesquisou (mais sobre isso no próximo post)
  • Não se preocupe muito com o sotaque do Québec. O entrevistador vai usar o Francês formal e vai levar em consideração o nível de Francês que você colocou no formulário. Pode ser uma boa idéia ouvir um pouco a FM93, mas não entre em desespero se estiver difícil
  • Use a preposição correta para se refirir a província do Québec e a cidade de Québec. Eles se referem a província no masculino e a cidade no feminino. Então "du Québec" ou "au Québec" se refere a província e "à Québec" ou apenas "Québec" se refere à cidade. Logo, eles raramente dizem "ville de Québec" para se referir à cidade, eles dizem apenas "Québec". Isso não é algo absurdamente importante, mas pode causar uma boa impressão
  • Na noite anterior a entrevista, revise com o seu cônjuge o que vocês fizeram nesse dia. Uma das perguntas mais clássicas da entrevista é "o que vocês fizeram ontem?"
  • Cadastra-se em um grupo de discussão de imigração (recomendo este) e acompanhe os relatos das pessoas que estão fazendo a entrevista na mesma época que você. É possível que você pegue o mesmo entrevistador. Então é importante tentar conhecer o máximo sobre o perfil dele: quais perguntas ele faz, se ele implica com algo e etc
  • Leia o máximo de relatos possíveis em blogs. Procure casais com o mesmo perfil que você e estude bem o relato deles (o meu está aqui)
  • Pratique para a entrevista. Eu cheguei a decorar algumas das minhas respostas (não intencionalmente, mas porque eu praticava quase todo dia). Tudo o que eu pratiquei foi perguntado na minha entrevista. Vou falar mais sobre isso no próximo post, mas eu já descrevi um método simples em Preparação para a entrevista

    sexta-feira, 2 de setembro de 2011

    Viagem ao Canadá: cidade de Québec

    Este é o segundo post da série de dois posts sobre minha viagem ao Canadá. O primeiro foi sobre Vancouver, neste vou falar sobre a cidade de Québec.

    Tive que pegar dois vôos. O primeiro foi de Vancouver à Montréal e durou cinco horas. O segundo foi de Montréal até a cidade de Québec, e durou em torno de uma hora. Saí de Vancouver às 23:00hs, cheguei em Québec às 10:00hs. Além da espera na troca de aviões tem uma diferença de 3 horas entre as duas cidades.

    Aliás, permita-me abrir um pequeno parêntese. Em Québec, eles não falam "ville de Québec" (cidade de Québec), eles dizem apenas "Québec". Isso não causa confusão com o província, pois eles se referem à província no masculino e à cidade no femino, então "du Québec" ou "au Québec" se refere a província e "à Québec" ou apenas "Québec" se refere à cidade. Em Português é um pouco complicado porque as preposições são um pouco diferentes, mas quando eu dizer "de Québec" vou estar me referindo a cidade e "do Québec" à província. O problema é "em Québec", que é válido para a cidade e para a província, mas quando usado neste post normalmente se refere à cidade.

    Voltando ao relato, cheguei em Québec às 10:00hs. No dia anterior, eu havia pesquisado como ir do aeroporto de Québec até o centro da cidade de ônibus. Não parecia difícil, mas tinha um detalhe estranho: a página na internet dizia que o ônibus que sai do aeroporto começa a funcionar às 16:00hs. Achei a informação muita estranha, e considerei que estivesse errada.

    Ledo engano: o ônibus realmente começa a funcionar às 16:00hs. Fiquei confuso, mas não teve jeito, a única opção era pegar um taxi. Felizmente ou não, o preço do taxi até o centro é fixo (C$ 32 e uns quebrados).

    Antes de pegar o taxi, no entanto, eu tinha que comer. Estava faminto! Fui no famoso Tim Hortons no próprio aeroporto, e foi lá que tive o primeiro probleminha com o Francês. Disse "Bonjour" para a moça do caixa e fiz meu pedido. Ela registrou, fez uma ou duas perguntas sobre o pão e perguntou "du bar?". Eu disse "pardon?" ela repetiu "du bar?" eu disse "du bar?" ela disse "oui, du bar". Eu disse em Francês: "desculpe, não sou daqui, não sei o que isso significa". Essa minha frase causou um silêncio constragedor de uns cinco segundos, durante os quais ela me olhou como se eu fosse retardado. Aí ela disse "butter?" e eu "aaahhh, du beurre!". "Beurre" é manteiga em Francês (e "butter" em Inglês). O som de "eu" em Francês é difícil, mas estou acostumado com uma pronúncia de "beurre" que soa mais ou menos como um carneiro gritando "bérrr". Ela falava algo como "bar", mas enfim.

    Depois do café peguei o taxi. O taxista explicou que o ônibus funciona em apenas dois horários, de manhã (para levar os funcionários do centro ao aeroporto) e às 16:00hs (para fazer o caminho inverso). Ou seja, se você não chegar às 16:00hs tem que pegar o taxi.

    Diga-se de passagem que o taxista foi a primeira pessoa em Québec que tive uma longa conversa em Francês. Ele era imigrante, nascido na Costa do Marfim. Às vezes eu não entendia muito bem o que ele dizia, mas eu perguntava e ele explicava de outra forma. Foi tranquilo e ele elogiou muito meu Francês.

    Chegando ao centro fui ao encontro de meu amigo, que imigrou há quase três anos e iria me hospedar. Fui até seu escritório. Nos encontramos, conversamos um pouco e ele me explicou como chegar no centro histórico. Deixei minhas coisas com ele e saí para conhecer a região central da cidade.

    A primeira impressão que tive foi ótima. A arquitetura e a organização do centro me surpreenderam por serem um pouco diferentes do que eu vi nas cidades que visitei nos EUA e no Canadá. É difícil explicar isso em detalhes e de uma maneira objetiva, mas há uma mistura de prédios antigos em estilo europeu e prédios modernos. Vi poucos prédios altos. Há várias praças e bancos para sentar. Lembrem-se que estamos falando do centro :)


    Só tive um problema de imediato: estava absurdamente quente. Creio que fazia mais de 30C. O sol queimava. Eu estava de calça e devia ter dormido no máximo umas cinco horas! Mas vamos lá! Eu tinha apenas quatro dias e tinha que aproveitá-los ao máximo.

    Gostei muito do centro histórico. É muito lindo e tem muita coisa para ver e comprar. Para quem gosta de história, tem várias placas explicativas e muitas casas de época preservadas. O centro histórico de Québec faz parte do patrimônio histórico da humanidade.


    Gastei dois dias no centro histórico. Onde meu objetivo era conhecê-lo e tentar praticar meu Francês. No geral não tive problemas com a língua, mas de vez em quando eu cometia um erro ou começa a gaguejar. Quando isso acontecia a pessoa com quem eu falava mudava para o Inglês (isso era menos comum fora do centro).

    Creio que eles façam isso com a melhor das intenções, mas eu insistia no Francês. Quando eu sabia que a conversa seria longa, eu explicava que estava aprendendo e que gostaria de falar em Francês (o que foi atendido 100% das vezes). Mas houve um ou dois casos de conversas curtas em que a pessoa mudou para o Inglês e eu continuei no Francês. Foi bizarro!


    No final de semana (cheguei numa quinta-feira), meu amigo me levou para conhecer outras partes da cidade e fazer compras. O preço de algumas coisas são absurdamente baratas no Canadá. Três exemplos: carros, eletrônicos e brinquedos. Tive que me controlar para não comprar uma caixa de lego enorme do Star Wars que no Brasil custa uns R$ 300,00 e em Québec estava menos de C$ 80,00!

    Outra coisa muito importante que fizemos no final de semana foi participar de um churrasco na casa de outro brasileiro. Além do ótimo churrasco, foi uma excelente oportunidade para conversar com outros imigrantes brasileiros. Apesar de alguns terem tido bastante dificuldades no primeiro ano, todos eles estavam estabilizados e (com excessão de um casal) já tinham comprado a casa própria. E quando digo "casa", é casa mesmo: bonita e com bastante espaço para os filhos. Acho que nunca poderei oferecer algo assim para minha família aqui no Brasil.


    Aliás, conheci o Alexei. Não lembro se foi no final de semana ou na sexta. Mas foi legal. Ele é um pouco mais baixo do que eu imaginava, e tão bem humorado quanto seus posts!

    Essa viagem foi inesquecível para mim. Foi minha primeira oportunidade de usar meu Francês e tive a oportunidade de ouvir muitas histórias e conselhos.

    Para terminar o post, aqui vão algumas conclusões sobre Québec. Tenha em mente que visitei a cidade como turista durante quatro dias e meio e, como todo ser humano, posso exagerar ou cometer erros. Mas aí vai:

    • O mais importante de tudo é uma afirmação forte, está preparado? :) Québec e Canadá são coisas diferentes. É difícil explicar isso, mas é outro povo. Cidades como Montréal e Gatineau são excessões por misturar as duas culturas, mas a cidade de Québec (e creio que o interior do Québec) possuem uma cultura diferente. Eu simplesmente esquecia que estava no Canadá. Veja bem, não estou dizendo que um é melhor ou que o outro é pior. Tudo depende de você, sendo que a língua é um fator decisivo. Não tem Inglês? Está focando no Francês? Então a cidade de Québec ou o interior do Québec pode ser uma ótima opção
    • O Francês falado no Québec é um dialeto. O que isso significa? Primeiro, ele é bem diferente do Francês da França. Segundo, é difícil. Eu tenho sorte, pois aprendi meu Francês em uma escola de Francês do Québec e mesmo assim tive dificuldade
    • Não vi muitos imigrantes na cidade de Québec, também há poucos negros
    • A cidade de Québec é bonita e bem organizada. Para os padrões do Canadá é uma cidade grande, mas para mim tem um pouco cara de interior
    • Os brasileiros que conheci estão relativamente bem, mas todos disseram que o primeiro ano foi difícil. Eles são muito unidos e se ajudam bastante

    Um agradecimento especial vai ao meu amigo que permanecerá anônimo. Ele cedeu um espaço ótimo na casa dele, me levou para vários lugares e teve paciência de responder a todas minhas perguntas! Nunca vou esquecer isso e espero conseguir retribuir um dia!

    domingo, 28 de agosto de 2011

    Viagem ao Canadá: Vancouver

    Estou de volta da viagem que fiz ao Canadá. Foi uma viagem excelente, conheci muita gente nova e tive a oportunidade de conhecer um pouquinho mais do Canadá.

    Vou dividir o relato em duas partes. Neste post vou falar de Vancouver, no próximo falo sobre a cidade de Québec.

    A primeira coisa a dizer sobre Vancouver é que ela é longe. Foram em torno de dez horas de São Paulo até Toronto e depois mais cinco horas até Vancouver.

    Logo quando você chega no aeroporto começa a ver sinais da forte presença chinesa na cidade. Por exemplo, todas as placas de informação no aeroporto são escritas em Inglês, Francês e Chinês.


    De fato, o número de chineses na rua é absurdo. Há quem diga que tem mais chineses do que canadenses, mas não confirmei essa informação. Também há imigrantes de outras origens. Todos os taxis que peguei, por exemplo, pareciam ser dirigidos por indianos.

    Uma cidade com muitos imigrantes tem uma vantagem básica: a gastronomia costuma ser boa e variada. Vancouver é um exemplo disso, principalmente no que se refere a comida asiática, a qual é relativamente barata, mesmo convertendo para o Real. O prato abaixo por exemplo, custou apenas C$ 12,90 ou R$ 22,00 (duvido que sairia por menos de uns R$ 40,00 aqui no Brasil).


    A cidade segue o padrão da América do Norte: é bonita, bem organizada e parece ter boa infrastrutura. Mas tem um problema que eu considero grave: tem muito mendigos. Não me senti inseguro, mas eles ficam pedindo dinheiro.

    O centro cheira a boa comida, é bem movimentado e tem muitos bares e restaurantes. Também há muitos jovens. Um amigo disse à esposa que achou a cidade um tanto alternativa.


    Com relação ao tempo, houve previsão de chuva, mas não choveu nenhum dia. A temperatura ficou entre 12 e 17 graus. Pela manhã fazia um vento frio sem sol. Durante a tarde ficava um pouco quente.


    Gostei de Vancouver. Infelizmente eu não reservei nenhum dia para fazer turismo. Fiquei hospedado no centro da cidade e as reuniões que tive que participar foram em um prédio próximo. Passava o dia em reuniões e apresentações, e tentava passear um pouco no fim da tarde.

    Foi um erro não ter reservado pelo menos um dia para conhecer melhor a cidade. O problema é que eu tinha poucos dias livres e resolvi aproveitá-los em Québec, mas isso é assunto para o próximo post!

    segunda-feira, 8 de agosto de 2011

    Viagem ao Canadá

    Para minha imensa surpresa e alegria, fui informado há alguns meses pelo meu chefe que viajaria a trabalho ao Canadá neste mês.

    Embarco em poucos dias e o primeiro destino é Vancouver.

    Embora esteja muito empolgado em conhecer a maior cidade da costa oeste canadense, eu não poderia perder a oportunidade de visitar alguma cidade do Québec. O problema foi decidir qual cidade visitar.

    Não considerei Gatineau (nossa primeira opção para imigração, como descrito aqui), pois já fui à Ottawa em 2008 e apesar de não ter visitado Gatineau, não acredito que seja muito diferente de Ottawa. Em seguida pensei em Montréal, pois imagino ser uma cidade com muitas atrações e de fácil locomoção. Mas também desisti, pois fiquei com receio de acabar usando mais o Inglês do que o Francês. Além disso eu e família teremos muito tempo para passear em Montréal quando imigrarmos.

    Acabei escolhendo a cidade de Québec. Primeiramente porque também é uma das cidades que estamos considerando morar, mas também porque creio que vou conseguir ficar imerso no Francês e vou poder ficar hospedado na casa de amigos. Vai ser ótimo revê-los e ter a oportunidade de saber o que pensam sobre a cidade e a imigração.

    Pretendo escrever posts sobre as duas cidades, mas não tenho certeza se vai ser possível fazer isso durante a viagem ou apenas quando eu voltar.

    A propósito, sempre que viajo eu costumo consultar o http://wikitravel.org para obter dicas de pontos turísticos, locomoção e restaurantes. Basta abrir a página e digitar o nome da cidade no campo "search". Seguem as páginas de Vancouver e Québec:

    quinta-feira, 4 de agosto de 2011

    O processo provincial de Manitoba

    Nesta semana circulou em alguns grupos de discussão a notícia que a província canadense de Manitoba criou um processo próprio de imigração que não exige uma oferta de emprego.

    Eu havia começado a escrever um post sobre o assunto, mas o Alexei foi mais rápido e postou algo muito mais completo do que eu estava preparando: Processo de Manitoba MPNP Strategic Initiatives - Exploratory Visits.

    Resumindo: é um processo bem diferente, no qual alguma análise do perfil do candidato é feita por email e o mesmo tem que visitar a província numa data especificada. Nessa visita, é esperado que o candidato visite empresas, marque entrevistas e pesquise o máximo que puder sobre a cidade que escolher. Ainda na mesma visita o candidato vai fazer uma entrevista com os oficiais de imigração, na qual ele tem que apresentar tudo o que pesquisou. Ou seja, tem que demonstrar que quer viver na província e porquê.

    Achei o processo muito interessante, pois ele valoriza muito o esforço pessoal. Se o Québec não fosse uma opção para mim, eu consideraria Manitoba muito fortemente.

    Também é importante notar que é necessário ter um nível adequado de Inglês para conseguir fazer a visita. Eu recomendaria no mínimo avançado e não aconselharia embarcar nessa se você nunca esteve imerso no Inglês.

    Segue o site oficial:

    domingo, 24 de julho de 2011

    Sumido

    Isso já deve ser óbvio pela falta de posts, mas estou completamente sem tempo para escrever aqui. Tenho quatro posts na pasta "Rascunhos", mas não consigo terminá-los.

    O motivo principal é meu trabalho. Estou trabalhando em alguns projetos complicados que devemos entregar até o fim do mês. Também estive ocupado com os preparativos para uma viagem que vou fazer em Agosto, adivinhem para onde vou?

    Mais notícias em breve!

    terça-feira, 5 de julho de 2011

    O inverno aqui

    Uma das minhas preocupações com a nova vida no Canadá é o inverno rigoroso. Fiz várias pesquisas e falei com bastante gente. A conclusão é que o problema não é o frio em si, pois o país possui uma boa infraestrutura para o inverno (não foi ontem que começou a nevar lá, certo?). O problema costuma ser a duração do mesmo.

    Conversando sobre isso com alguns conhecidos (entre eles quebequenses nativos) surgiu a pergunta: como é o inverno aqui no sul do Brasil?

    Pois é, não é fácil como pode parecer. Na cidade onde moro o inverno leva em torno de dois meses. A temperatura gira em torno dos 10 graus, mas não é incomum chegar aos 5 ou menos, mesmo durante o dia. Aqui vai uma relação de alguns problemas que enfrentamos:

    • Normalmente não há calefação, isso quer dizer que dentro de casa é frio. As pessoas costumam comprar um ou dois aquecedores, mas não é tão simples assim, pois a energia é cara e o aparelho em si é caro também. Então o comum é apenas aquecer um ambiente da casa por vez. Imagine a sala quentinha e você quer ir ao banheiro...
    • Falando em banheiro, o banho é complicado. O mais confortável é levar o aquecedor para o banheiro. Espera-se o banheiro ficar quente, toma-se banho, coloca-se a roupa e enfrenta-se o frio ao ir para outro ambiente. Tem a opção de não usar o aquecedor (eu faço isso, pois estou de saco cheio de andar com o aquecedor de lá para cá) mas o problema é que fica muito, muito difícil de sair do chuveiro
    • Já falei que energia é cara? Imagine a continha do inverno
    • Além do frio, chove, é bem húmido e às vezes ficamos com um céu cinza, sem sol, por vários dias
    • A roupa lavada leva dias para secar. Obviamente você pode ter um secador, mas além do preço da energia, alguns apartamentos não tem espaço suficiente para o mesmo (como o meu por exemplo)
    • Não raro, a roupa não seca e começa adquirir um cheiro estranho. O que você faz? Coloca para lavar novamente...
    • Como tudo que é realmente bom no Brasil, roupa de inverno de boa qualidade é cara (a realidade do Brasil costuma ser: porcaria é barato, o mais ou menos tem um preço "justo", o muito bom é caro). Uma jaqueta de qualidade aceitável custa em torno de R$ 150,00, por exemplo

    Agora, tenho que ser justo e mencionar alguns pontos positivos. O mais importante são as festas juninas, é muito legal vestir meu filho, comer doces e tomar quentão. A outra (além do quentão) são as sopas. Tem restaurantes nessa época do ano que tem buffet de sopas, são excelentes!

    Não é minha intenção fazer uma comparação com o Canadá, mas estou curioso para saber o que vamos achar do inverno de lá e se vamos sentir saudades do inverno daqui.

    terça-feira, 14 de junho de 2011

    4 meses de Federal

    Hoje nosso processo Federal está fazendo 4 meses e, conforme o esperado, ainda não recebemos a carta de abertura.

    Digo que era esperado, pois entrei em contato com o consulado em Abril e fui informado que a carta de abertura chegaria "lá pra Julho". Assim espero!

    A boa notícia é que várias pessoas que enviaram a documentação do Federal em Julho de 2010 já estão com o visto a caminho. O consulado está enviado uma espécie de "combo" para o pessoal, o qual contêm o pedido dos exames, o pedido do passaporte e o pagamento da última taxa. Tudo junto. Assim é possível adiantar as fases seguintes aos exames médicos.

    Para essas pessoas o Federal durou em torno de 12 meses. Eu seria a pessoa mais feliz do mundo se o meu Federal durar esse tempo, pois eu receberia o visto mais ou menos em Fevereiro de 2012 e poderíamos viajar na época que julgamos ser ideal para nós: entre Março e Abril.

    Mudando um pouco de assunto, o leitor frequente do blog provavelmente notou que eu não "comemorei" o aniversário de três meses do processo Federal. O motivo é que quero evitar posts sem muita informação relevante, então vou apenas comemorar a cada dois meses.

    quarta-feira, 8 de junho de 2011

    Recursos para o estudo do Francês

    Tem alguns recursos que utilizo quase que diariamente para a prática/estudo do Francês. Vou listá-los neste post, pois creio que esse tipo de troca é importante para todos nós. Por favor, deixe um comentário se você utiliza algum recurso não listado aqui!

    fr.wikipedia.org 

    Tenho a impressão que a wikipedia não é muito popular fora do meio de TI. Isso é uma pena, pois é um site fascinante! Caso você não a conheça, é uma enciclopédia online, na qual qualquer pessoa pode fazer edições (mais informações aqui).

    Os artigos da wikipedia foram originalmente escritos em Inglês, mas hoje já existem traduções em diversas línguas, inclusive o Francês.

    Sempre que quero saber algo relacionado ao Québec eu acesso fr.wikipedia.org e procuro por algum termo relacionado. Por exemplo, experimente procurar por "immigration québec" ou o nome da cidade que pretende morar.

    Caso não tenha certeza sobre o que deseja ler, pode-se usar o portal temático ou ainda a opção de buscar um artigo sortido.

    A wikipedia é um recurso fascinante. Eu a uso há mais de 6 anos e devo fazer mais de uma centena de pesquisas por semana!

    Jornais online

    Parece existir uma boa viariedade de jormais online. Porém, devido ao meu tempo limitado eu tento acompanhar apenas dois: o Le Devoir e o Le Droit (em Gatineau).

    Uma outra dica: utilizo o Google Reader para ler blogs e jornais online.

    Telejornal

    A Radio-Canada, que também é uma emissora de televisão, disponibiliza a "reprise" de alguns de seus jornais. Às vezes eu assisto algumas reportagens do Le Téléjournal e 24 heures en 60 minutes.

    Rádio e Podcasts

    A Radio-Canada também tem uma grande quantidade de programas de rádio online aqui. Note que é possível selecionar a programação a partir do nome da cidade.

    Uma outra rádio online que venho escutando todos os dias é a 98,5 FM de Montréal.

    Também existe a Radio Canada International, que tem uma programação em Francês. Eu gosto muito do Tam-Tam Canada.

    Música

    Falei no último post sobre o Les Cowboys Fringants que, até o momento, é a banda quebequense que mais ouço. Mas obviamente há muitos outros músicos. Um exemplo é o Oukomé. Outro exemplo é o Gilles Vigneault (que creio estar mais para poeta do que para músico, se é que é possível fazer a distinção).

    Diga-se de passagem que seu poema Mon Pays é muito interessante, estudei ele em aula uma vez (letra aqui e música aqui).

    Conjugação e Tradução

    Para conjugar verbos creio que o Le Conjugueur seja imbatível. Para traduzir do Francês para o Português eu costumo utilizar o Google Translate, mas ele não é muito bom, prefiro usar um dicionário de verdade.

    Para saber a grafia de uma palavra eu uso o Google.ca em Francês. Basta digitar a palavra que deve aparecer uma lista de sugestões. Se isso não acontecer tente procurar pela palavra, o Google normalmente sugere a grafia correta se a grafia do usuário estiver errada.

    Livros

    Infelizmente li apenas um livro até agora, que foi o "O Pequeno Príncipe" como relatado aqui.

    Na biblioteca da minha escola tem alguns livros de uma coleção chamada Français Facile. São livros clássicos, creio que de autores franceses, escritos em um Francês mais simples. Penso em comprar alguns livros dessa coleção, embora não saiba onde encontrá-los.

    Séries

    Atualmente estou assistindo uma série chamada Minuit Le Soir. Na verdade eu assisti a primeira temporada no ano passado e agora pretendo assitir até o final.

    Minuit Le Soir conta a história de três seguranças de uma danceteria em Montréal. Eles são muito amigos, mas suas personalidades e histórico de vida são bem diferentes. A série é basicamente sobre o dia-a-dia de trabalho e seus conflitos pessoais.

    Devo dizer que nunca assisti nada igual na TV ou nas séries americanas. Minuit Le Soir aborda os mais diversos temas, como a solidão, homosexualidade, tabus e até a loucura. As filmagens chegam a ser poéticas. Não é a toa que a série ganhou vários prêmios.

    Eu empresto os DVDs da minha escola. Não achei para assistir online, exceto no submundo, claro (a vantagem dos DVDs originais é a disponibilidade de closed captions).

    Outras séries que cheguei a assistir alguns epsódios foram Pure Laine e Rumeurs. Parecem boas para praticar o Francês, mas achei elas bem chatinhas.

    terça-feira, 24 de maio de 2011

    Les Cowboys Fringants

    Logo quando comecei o curso de Francês, um dos professores percebeu que eu gosto de rock e me passou algumas músicas de uma banda quebequense chamada Les Cowboys Fringants. Não vou falar muito sobre o estilo da banda, já que o artigo da wikipedia em Francês (ou em Inglês) a descreve muito bem.

    Mas vou confessar que foi amor a primeira vista. Adorei a banda e desde então venho ouvindo Les Cowboys (como são normalmente chamados) quase que diariamente! A música abaixo se chama Les etoiles filantes.


    Muitas músicas falam do Québec (história e cultura), mas também há músicas que abordam temas da vida que são comuns a todas as culturas.

    Outra música que acho bem legal se chama Joyeux Calvaire:



    Bem fácil de entender o Francês, não é? :-)

    Se você ficou interessado(a), tem bastante músicas no youtube (aqui e aqui).

    segunda-feira, 16 de maio de 2011

    Primeiro livro em Francês

    Acho que ainda não comentei, mas estive na França em 2007.

    Na época eu mal sabia o que era o Québec, não tinha planos de aprender Francês, e não imaginava que o processo de imigração existia.

    No meu último dia naquele país, eu estava procurando algo para trazer de recordação. Como qualquer grande capital turística (eu estava em Paris) não faltavam opções: miniaturas, roupas, quadros, etc. Mas nada disso me agradou. Eu queria algo diferente.

    Eis que, dobrando uma esquina, eu vi uma baquinha que vendia livros usados. A idéia veio instantaneamente: comprar o livro "O Pequeno Príncipe" em Francês. Por sorte o vendedor tinha o livro e fiquei muito satisfeito com minha escolha.



    No ano passado, quando estava no fim do nível básico de Francês, eu peguei o livro para tentar lê-lo. Foi difícil. Li umas 10 páginas e desisti.

    Na semana passada (estou no fim do nível intermediário), decidi tentar novamente. A leitura fluiu maravilhosamente bem. Tive algumas dificuldades, claro, mas nada grave. O fato de ter lido a versão em Português algumas vezes também fez muita diferença.

    Le Petit Prince foi o primeiro livro em Francês que eu li do começo ao fim. É um excelente livro. Infelizmente, devido a sua linguagem simples e sua abordagem quase didática, é muitas vezes confudido com literatura infantil e muitas passagens do livro se tornaram clichés, devido a superficialização com que são entendidas. Tudo isso muito provavelmente reforça a reflexão proposta pelo autor sobre as "pessoas grandes", mas anyway.

    Outro livro que comecei a ler e desisti se chama Brève Histoire des Canadiens Français. Este livro conta a história do estabelecimento e a evolução dos imigrantes franceses e seus descendentes na América do Norte. Li um pouco mais de 100 páginas. Parei de ler, pois o livro começou a ficar muito denso. Preciso começar com algo mais introdutório.

    Minha próxima leitura já está definida, mas creio que ela não será tão prazerosa quanto o Le Petit Prince.

    domingo, 1 de maio de 2011

    quinta-feira, 28 de abril de 2011

    Contato com o consulado

    Alguns colegas que também estão esperando alguma resposta do Federal já tinham comentado que era possível ligar no consulado para pedir o número do processo. Não dei muita bola para isso, pois além de querer fingir que não estava ansioso, estava com receio de ficar horas no telefone, sendo transferido de ramal em ramal, sempre explicando minha situação e etc.

    Mas depois de ler este post, percebi que não era nada disso. Além do mais, seria ótimo confirmar que minha documentação chegou bem, pois como expliquei aqui, tive um problema com o número do CEP na agência dos Correios...

    Após uma pesquisa rápida, descobri o telefone da Maura neste post. Liguei. Ela mesma atendeu e, para minha surpresa, foi super simpática e educada mesmo com alguém que nem disse "boa tarde" e foi logo entrando no assunto :-)

    A notícia boa é que a documentação foi recebida e consegui o número do processo. A notícia ruim é que ela confirmou o atraso. Disse que nosso processo só deve entrar no sistema em Julho (que deve ser quando eu devo receber a carta de abertura) e que o processo Federal inteiro está levando de 14 a 16 meses!

    Pelo menos agora eu tenho um horizonte. Longo. Mas eu tenho.

    sexta-feira, 15 de abril de 2011

    Québec no Bom dia Brasil

    Na quarta-feira o Bom Dia Brasil da Globo apresentou uma reportagem sobre a imigração ao Québec, a qual vem repercutindo entre os imigrantes, tanto os que ainda estão no Brasil como os que já imigraram.

    Minha impressão é que a opnião geral do pessoal sobre a reportagem foi um pouco negativa. Alguns disseram que faltou informação, outros mencionaram que os aspectos positivos da imigração foram exercebados (como neste excelente post do blog Bora Pro Canada).

    Eu penso que não podemos exigir muito de uma matéria de três minutos, além disso creio que grande parte das informações contidas na reportagem devem ter sido repassadas pelo próprio consulado do Québec, o que nos leva a grande questão levantada pelo blog Bora Pro Canada: as palestras do consulado enfatizam exclusivamente os aspectos positivos do Québec.

    Isso não significa que a imigração é furada ou que não serve para você. Significa que nós somos os responsáveis por fazer uma pesquisa ampla e profunda sobre todos os seus aspectos (positivos e negativos), para assim decidir se é realmente isso que queremos.

    Para mim imigrar é uma daquelas coisas da vida que não tem certo, errado, melhor ou pior. Cada caso é um caso. Alguns não vão querer deixar o Brasil, outros vão imigrar e vão se arrepender, outros vão imigrar e se adaptar muito bem ao ponto de amar o novo país.

    Cabe a cada um pesquisar e decidir o que quer.

    quinta-feira, 14 de abril de 2011

    2 meses de Federal

    Hoje fazem dois meses que fiz o envio da documentação do processo Federal, e até agora não recebi absolutamente nenhuma resposta do consulado.

    Segundo vários blogs e mensagens em forums, o processo costuma ser aberto em torno de um mês depois de sua chegada, mas o primeiro contato do consulado pode levar entre 3 a 6 meses.

    Existem várias teorias sobre essa demora. Uma das mais aceitas, e que segundo muitos é a explicação extra-oficial do próprio consulado, é que houve uma mudança de sistema que fez com que o tempo para a conclusão do Federal passe a ser de 14 meses, sendo que antes era de 11 meses (o novo tempo de avaliação pode ser consultado aqui, embora neste site ainda conste 11 meses na data deste post).

    Eu não acredito que uma troca de sistema possa atrasar tanto as coisas assim, creio ser mais provável que eles estão com dificuldades em lidar com a alta demanda para vistos, mas essa é apenas minha própria contribuição as várias teoricas existentes :-)

    Uma outra questão comum entre os que esperam é se o consulado faz algum tipo de priorização dos processos. Existe uma priorização específica que vem escrita no CSQ, que acredito ser um pouco rara, mas além dessa, será existe uma outra? Ninguém sabe...

    Por incrível que possa parecer nós não estamos com muita pressa, pois não temos planos de imigrar este ano. Ainda estou fazendo um tratamento ortodontico que (com sorte) deve terminar apenas no fim do ano, além disso gostaríamos de melhorar o Francês e queríamos evitar de imigrar depois do verão.

    Ao mesmo tempo, devo confessar que estou um pouco ansioso para saber notícias do processo. Saber se chegou bem, se está tudo andando corretamente e etc. Mas não tem muito jeito, a única escolha é esperar.

    PS: O blog alcançou 1.000 visitas no começo desta semana, muito obrigado a todos os leitores!

    quarta-feira, 6 de abril de 2011

    Duas notícias sobre Ottawa/Gatineau

    Estou um pouco atrasado com elas, mas vamos lá:

    • Ottawa/Gatineau foi eleita, pela segunda vez consecutiva, a melhor cidade para se viver no Canadá segundo pesquisa realizada pela revista MoneySense. Note que o site da pesquisa disponibiliza muitas informações, como o ranking completo das cidades avaliadas
    • O imigrante brasileiro Carlos Last participou de uma entrevista, na qual ele fala um pouco sobre como é viver em Ottawa (dica vinda do blog do Alexei)

    Um outro post que recomendo é A solidariedade que nos une, também do Alexei. Não é sobre Ottawa/Gatineau em específico, mas sobre qualquer imigrante no exterior.

    segunda-feira, 21 de março de 2011

    Reality Check

    Normalmente as pessoas apresentam duas reações opostas quando digo que estamos fazendo o processo de imigração para o Canadá. Alguns poucos pensam que é furada e vamos viver o resto de nossas vidas como escravos em sub-empregos. A grande maioria, no entanto, acha que estamos ricos ou que temos uma oportunidade de ouro e que daqui para frente nossa vida será maravilhosa.

    Esse segundo grupo me lembra aquela visão romântica que muitos estrangeiros tem do Brasil. Para estes, muitas vezes nosso país pode ser resumido em praia, mulheres, samba e carnaval.

    Grande parte dos brasileiros sabe que o Brasil não é só isso. Além de algumas boas características do nosso país que podem passar despercebidas, tem também o nosso lado ruim. O qual é muitas vezes relativizado, ou mesmo ignorado por alguns estrangeiros.

    Mas e um país de primeiro mundo como o Canadá, como ele é?

    Quando era adolescente, minha cabeça era preenchida por imagens geralmente oriundas de filmes: tudo é bonito e organizado, pobreza é muito raro, todos ganham bem, todos moram em casas grandes e confortáveis, todos tem carros modernos, vida de altíssima qualidade e por aí vai.

    Assim como o turista estrangeiro, essa é uma visão romantizada, a qual muito provavelmente não descreve o dia-dia da maioria da população.

    Acho que não seria exagero afirmar que muitos dos quais acham que tivemos "a oportunidade de ouro" compartilham essa visão.

    É claro que todos os imigrantes esperam que a experiência de imigrar seja positiva, e por que não dizer que também esperamos que nossa vida seja melhor lá?

    Não há nada de errado nisso. O erro é desconsiderar os problemas que vão acontecer e não se esforçar para ter uma visão realista do que está por vir. Óbvio que fazer isso a distância é muito, muito difícil e creio que no geral vamos encontrar algo diferente do que esperamos. Porém, sou uma pessoa que acredita muito em planificação e sempre me esforço para antecipar problemas e deixar minhas expectativas um pouco baixas. Não é por acaso que me chamam de pessimista...

    Aqui vão alguns aspectos que podem ser considerados negativos no Canadá (ou da imigração) que pude pesquisar em blogs ou conversando com quem já imigrou:

    • Dificilmente você vai ter o mesmo padrão de vida que tem no Brasil, no geral vai ser menor, pelo menos no começo. Está disposto a largar o conforto que você demorou anos para construir?
    • Muitas vezes as pessoas assumem cargos menores no início ou mesmo recomeçam a carreira do zero. Está preparado a voltar a fazer estágio?
    • Tem grana e condições psicológicas para ficar 1 ano desempregado?
    • Às vezes o dinheiro acaba e a oferta de emprego não vem. Nesses casos não tão extremos, alguns imigrantes aceitam o famoso "survival job" que em Português significa "trabalho de sobrevivência". Já se imiginou trabalhando no Mcdonalds? 
    • Qual é sua expectativa com relação ao salário? Dizem que quem imigra achando que vai ficar rico acaba voltando para o Brasil
    • No Canadá empregada doméstica é luxo, praticamente ninguém tem. Você vai fazer toda a faxina de casa. Quando foi a última vez que lavou o banheiro?
    • No geral, serviços de conserto e manutenção são caros, as pessoas fazem elas mesmas. Vai achar ruim se você tiver que pintar seu apartamento?
    • O que é frio para você? Menos de 15 graus? Menos de 10? O Canadá pode ter 10 meses de inverno dependendo do que você chama de frio
    • Tem preconceitos? Tem certeza? O que você acha do seu filho estudar com crianças de culturas bem diferentes, como chineses, filipinos ou paquistaneses?
    • Já esteve totalmente imerso em um ambiente anglófono ou francófono? Tem idéia do que acontece com sua alto-estima quando ninguém é capaz de entender o que você quer dizer?
    • O que voçe achar da pezoa qe iscrevi muito mau en portujes? Você escreve bem em Francês e/ou Inglês?
    • Muitos imigrantes dizem que o sistema de saúde no Canadá (e principalmente no Québec) não pode ser comparado com os planos privados do Brasil. O que acha dessa afirmação? Pesquisou sobre isso?

    Aqui é onde muitos blogs dizem algo como "não quero parecer pessimista" ou "não quero assustar ninguém", mas não vou falar isso. Se você está no processo de imigração e tudo o que eu disse acima é novo para você, então tem motivos suficientes para ficar assustado e preocupado.

    Sinceramente, para mim imigrar não é nenhum sonho. É algo que eu e minha esposa queremos muito e acreditamos que será positivo a longo prazo, principalmente para nosso filho. Mas ao mesmo tempo estamos conscientes que vamos ter que trabalhar duro para se adaptar e se no futuro a perspectiva de vida melhorar no Brasil, nós consideraríamos a possibilidade de voltar.

    Aliás, cabe dizer que não compartilhamos o ódio que alguns imigrantes sentem pelo Brasil. Muito pelo contrário, amamos nossa gente e nossa cultura, não temos dúvidas que sentiremos muitas saudades dos aspectos positivos do nosso país. Porém, acreditamos que atualmente nossas perspectivas serão melhores no Canadá e é por isso que decidimos imigrar.

    terça-feira, 15 de março de 2011

    Informação em áudio e vídeo

    Descobri recentemente a existência de dois arquivos de áudio e um vídeo com informações valiosas sobre o Québec e o processo de imigração, são eles:

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Qual cidade escolher?

    Escolher a cidade para se estabelecer no novo país deve ser uma das questões mais difíceis para qualquer imigrante. Curiosamente, isso não afeta apenas quem ainda está no Brasil: tenho um casal de amigos que, mesmo depois de 2 anos da sua chegada, ainda estão na dúvida se escolheram o lugar certo!

    Atualmente, nossa primeira opção é Gatineau. Ela é uma cidade pequena (em torno de 260 mil habitantes) que se localiza na divisa do Québec com a província de Ontario. Apenas um rio separa Gatineau da capital do país, Ottawa. Sendo que Gatineau faz parte da sua região metropolitana.

    Muitas razões nos levaram a escolher Gatineau. A principal é que não gostaríamos de ficar restritos apenas ao mundo francófono, pois quero melhorar meu Inglês e também gostaríamos que nosso filho fosse fluente nas duas línguas. Nessa região, basta atravesar uma ponte para trocar de mundo.

    Outras razões que influenciaram nossa escolha:
    • Embora esteja localizada na região metropolitana de Ottawa, Gatineau é uma cidade pequena
    • Aparentemente tem um mercado razoavelmente bom de TI em Ottawa, mas é necessário ter Inglês fluente
    • Visitei a região em 2008 e gostei bastante
    • Gatineau fica relativamente perto de Montréal e dos EUA

    Até onde pude pesquisar, Gatineau tem duas desvantagens: muitos empregos na cidade pedem as duas línguas e alguns imigrantes reclamam do sistema de saúde. O primeiro problema pode ser grave para quem fala apenas o Francês (é o caso da minha esposa), o segundo tem uma solução: você pode ser atendido em Ottawa, mas tem que pagar do próprio bolso, e o governo do Québec reembolsa uma parte depois.

    Em todos os formulários que preenchemos até agora, colocamos Gatineau como cidade de destino. Mas também estamos considerando outras cidades, principalmente a cidade de Québec. A grande vantagem desta é que temos vários amigos lá e creio que minha esposa se adaptaria melhor, pois o Francês é a língua predominante. A grande desvantagem, como disse anteriormente, é ficar restrito ao mundo francófono.

    Duas outras cidades que chegamos a considerar foram Montréal e a pequena Trois-Rivières. A primeira foi fácil descartar, pois estamos um pouco cansados dos grandes centros. A segunda não foi tão simples, mas não creio que eu consiga encontrar emprego na minha área lá.

    Aliás, algo importante sobre cidades pequenas é que há quem diga que a adaptação nelas é mais fácil, pois a concorrência com outros imigrantes é menor (tanto para emprego quanto para serviços públicos), as pessoas são mais receptivas, as coisas são mais baratas, há mais necessidade de imigrantes e etc. Muitos imigrantes tomam como estratégia viver numa cidade menor durante um certo período, para depois mudar para um grande centro. Creio que eles estejam certos, e é por isso que às vezes penso em Trois-Rivières. Uma outra cidade menor e também visada por imigrantes é Sherbrooke.

    Por fim, cabe dizer que você obviamente não fica restrito a sua primeira escolha. Se for necessário, sempre é possível arrumar as malas e ir para outra cidade. Talvez não seja o ideal, principalmente pela questão financeira, mas é melhor do que ficar insistindo no que não está funcionando. O Jeison tem um post muito bom sobre isso, aqui.